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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

As idas e vindas!

Não vou prometer. Estar aqui nem sempre é possível. O cotidiano, o rotineiro, a vida que segue ás vezes é dura, e deixa-nos com uma das mais famosas desculpas que possuímos, sempre falar mais alto: a falta do tempo.

Tempo, que não soma com o passar dos dias, mas sim, que subtrai.

Até porque, prometer, é algo tão insolente. Ás vezes cumpre-se, ás vezes não cumpre-se. Mas, para os ouvidos que receberam as promessas, sempre é tempo de esperar pelas promessas que foram prometidas. E a espera, é incansável. Mesmo com o passar dos dias, onde a afirmação de que ela não será cumprida, é vista ao longe, e ás vezes, vista bem de perto.

Não prometer, é melhor. E prometer que não vai prometer, é mais vigorante, é menos pior. É que assim, parece que o texto da vida tende a fluir de maneira sensata, sem pedágio, sem propagandas caras, sem meios sorrisos ou falsos sorrisos e muito menos, sem um rosto triste. Não prometer, é parecer que as surpresas que virão, ou as atitudes que serão tomadas, deixará o percurso mais inusitado, mais tentador e mais convidativo.

Para quem não promete, há sempre surpresas intensificadas que podem ser feitas. E coisas inesperadas,  intensificadas, sempre são muito bem vindas. Principalmente, aquelas que arrepiam os cabelos, que nos vigoram, que nos deixam abobalhados a ponto de PEDIR o bis. De realmente querer o bis.

Eis aí, o fato de não prometer ser ainda mais excelso e mais tentador, para ambas as partes (tanto para quem vai falar sobre promessas, quanto para aquele que irá escutá-las): é que sem promessas, tem-se um caminho mais aliviado, mais leve, e podemos ser mais distraídos...

Distraídos, para receber a tal da felicidade que Guimarães Rosa aponta.

Não prometer, talvez seja também, não magoar.

Magoar, é se magoar.

E para evitar as mágoas e as frustrações, é melhor que não se prometa. É melhor um sorriso, um olhar e um bom abraço como resposta.

Gestos sem promessas, tende a marcar mais que a promessa. Ah, e como marca! Marca pelo tato, pelo toque, pelo arrepio que vigora, pela sensação de distração que deixa abobalhado...

Não prometer e não fazer, não geram frustrações. Angústias, ás vezes vem, com aquelas promessas que recebemos, e que não são acompanhadas do compromisso de  que elas fossem cumpridas.

É melhor deixar fluir, ficar leve, sem pedágio... É melhor deixar que o sorriso, o olhar, o abraço, fale no lugar de promessas, de palavras... É melhor marcar pelo tato, e deixar o outro vigorado, do que marcar pela promessa não cumprida. 

Palavras, ás vezes, perdem-se com o vento e com o tempo. O tato, não. Fica na memória, na alma, não sai da cabeça, da mente, não sai do corpo... e vigora, deixa a gente leve, sem pedágio e abobalhado....

Faz bem!!